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LAST

2019

65 min. || m/ 6 anos 

 

Direção e coreografia São Castro e António M Cabrita

Interpretação Ana Moreno, Ester Gonçalves, 

Guilherme Leal, Miguel Santos e Rosana Ribeiro

Bailarinos estagiários 

Laura Abel e Marco Esteves (estagiários)

Música 

The Late String Quartets de Ludwig van Beethoven 

Interpretação musical ao vivo

Quarteto de Cordas de Matosinhos: 

Vitor Vieira e Juan Maggiorani (violinos), 

Jorge Alves (viola), 

Teresa Valente Pereira (violoncelo)

 

Espaço cénico, desenho de luz e figurinos 

São Castro e António M Cabrita

 

Direção técnica e consultoria ao desenho de luz Cristóvão Cunha

 

Produção Companhia Paulo Ribeiro

Coprodução Rivoli - Teatro Municipal do Porto, 

São Luiz Teatro Municipal, Lisboa e Teatro Viriato,Viseu

O projeto “Last“ tem o apoio do Município de Viseu, 

no âmbito do programa “Viseu Cultura”

sinopse

Em “Play False” (2014), a condição humana foi o início de uma viagem pelas obras de William Shakespeare. As suas personagens e textos foram o mote de criação para um trabalho coreográfico onde a palavra se escondeu no corpo revelando-se na dança. 

“Rule of Thirds” (2016) levou-nos ao universo fotográfico de Henri Cartier-Bresson, onde o corpo em pausa capta por completo a sugestão de movimento e o enquadramento natural da condição humana. 

Na nossa última criação, “Um Solo para a Sociedade” (2017) partimos da literatura, do monólogo “O Contrabaixo” de Patrick Süskind, para aprofundar a reflexão sobre como as pessoas ocupam um território comum, abordando problemáticas que norteiam a condição humana, tais como o amor, a liberdade, a escolha, a identidade; ampliando o gesto como movimento elaborado e exteriorizado dessa reflexão. O confronto do eu e dos outros, do barulho e do silêncio, em som visível no corpo. Um solo diante da sociedade, o público. Um público que observa o indivíduo, um intérprete que observa a sociedade.

Depois do texto e da imagem, a música será nesta próxima peça o principal condutor do ato coreográfico. Foi a complexidade da estrutura, a ousadia, os contrastes, a poética, a lógica da composição exposta por um homem irascível e imerso em surdez profunda que nos fez pensar em “The Late String Quartets”, de Ludwig van Beethoven. Uma escolha que poderá transformar o que parecia simples numa tarefa exigente e arriscada. Beethoven compôs esta obra nos últimos três anos de vida, terminando o “Opus 135”, seis meses antes da sua morte. Entre uma relativa convenção e a vontade de sair fora dos padrões habituais, “The Late String Quartets” expõe os seus últimos e mais privados pensamentos em larga escala, sendo considerada uma das mais belas peças musicais de todos os tempos. A obra permaneceu em pensamento para ele pois, no fundo, nunca a ouviu. 

A criação para uma obra musical pressupõe uma responsabilidade acrescida, talvez porque sugere a criação linear de uma peça coreográfica para música, existindo à partida uma relação muito próxima entre as duas. De facto, a dança pode dedicar-se a interpretar a música, mas também a reforçar ou a completar a sua estrutura, expondo qualidades sonoras e encontrando caminhos para se distanciar dela, criando um novo ênfase através de contrapontos e contrastes. Simultaneamente, esse exercício de criar uma obra coreográfica para uma obra musical é também um desafio consciente em que o lugar do coreógrafo passa a ser mais transparente e, consequentemente, ainda mais exposto. Um confronto com a nossa própria matéria que nos faz querer voltar a sair do papel de intérpretes (algo que experienciámos em “Um Solo para a Sociedade”) e idealizar uma coreografia para cinco bailarinos/intérpretes.

Colocar em paralelo a música e o corpo – com todo o seu movimento – torna difícil imaginar se será a dança a revelar as características intrínsecas da música, como se a traduzisse; ou a música que enaltece os movimentos do corpo e o dirige numa gestualidade musical. A música instala-se no corpo muito facilmente, e é instinto natural do ser humano reagir fisicamente à música. É como os antepassados acreditavam: a música torna os sentimentos visíveis. Ouvimos a música. Criamos a dança. Enaltecemos esta relação eterna e inevitável, mantendo a sua individualidade. 

“Last” encerra em si a polaridade entre fim e continuação. Tanto num sentido de ser último/a como na sua forma verbal de algo que perdura (to last). Celebram-se quase 200 anos sem Beethoven, mas com a sua obra viva, revivendo o conteúdo de uma contemporaneidade de outrora, agora noutro presente. 

São Castro António M Cabrita

carreira do espetáculo

2019

19 e 20 de setembro [estreia] // Teatro Viriato, Viseu

29 de novembro // Casa da Cultura de Ílhavo, Aveiro

 

2020

29 fevereiro // Vila Nova de Famalicão

10 outubro // TEMPO - Teatro Municipal de Portimão

2021 

26 de fevereiro // Teatro Louletano, Loulé

20 e 21 de abril // Festival DDD - Porto

01 de maio // Casa da Criatividade, São João da Madeira 

04 e 05 de junho // São Luiz Teatro Municipal, Lisboa

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